Sim eu sei que não é sexta. Estou biruta mas não tanto... Mas como ontem ficou a faltar o post das sextas vamos fazer de conta que hoje é sexta, só por alguns minutos, ok? Vá lá usem a vossa imaginação e não me chamem nomes!
No Natal de 1985 eu recebia o meu primeiro diário a sério, com cadeado de metal e tudo. O primeiro confidente dos meus sonhos mais secretos. O unico que sabia a quem o meu coração pertencia. As queixas dos pais. As brigas com as amigas... Era um gesto diário que marcava o testemunho do dia. E se falhava num dia por algum motivo, possivelmente até alheio à minha vontade, no dia seguinte pedia-lhe desculpa pela ausencia e prometia fazer um esforço ainda maior para que não voltasse a acontecer.
Os anos foram passando mas a necessidade de desabafar com o papel manteve-se até hoje. Sem cadeado, sem nenhuma beleza particular ou ar mimoso, sem a mesma necessidade diária mas mais circunstancial. O diário passou a ser chamado de caderno (qualquer um), às vezes folha, pedaço de papel... mas o desabafo (meu) e a mesma disposição em "ouvir" (dele) mantêm-se, hoje e sempre...
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